7 livros que ajudaram a leitura em voz alta em nossa casa decolar (com indicação de faixa etária)

Quem me acompanha há mais tempo já deve ter me ouvido contar a história de quando comecei a ler para minha primeira filha — na época, um bebê de 7 meses. Eu não tinha a menor idéia de como escolher um livro infantil. Todas as minhas referências eram, na realidade, infanto-juvenis — obras que eu poderia ler dali a sete, oito anos, mas que não despertavam o menor interesse de um bebê.

Em minha busca por bons livros que eu pudesse ler em voz alta para crianças bem pequenas, alguns marcaram época. Foram lidos e relidos à exaustão, memorizados, amados a ponto de dividirem a cama com as crianças (“Mamãe, posso dormir com esse livro?”).

Neste post, trago alguns deles. Cada título vem acompanhado de uma faixa etária recomendada, mas você não deve interpretá-las de forma rígida. Alguns desses livros, que líamos quando as crianças eram bem menores, conservam seu lugarzinho no coração delas até hoje, ao lado de leituras mais extensas e avançadas.

Espero que elas tragam para sua casa tanta alegria quanto trouxeram para a nossa.

 

  1. Uma lagarta muito comilona

Se existe um clássico para bebês, ele se chama “Uma lagarta muito comilona”. Traduzido para mais de 70 idiomas e tendo vendido mais de 55 milhões de cópias, a lagarta imortalizou o nome de Eric Carle, que se tornou um dos autores infantis mais amados no mundo todo.

O livro é um primor de concisão: em apenas 24 páginas, temos o ciclo de vida da lagarta, contagem de 1 a 5, nomes de alimentos, dias da semana e amplas oportunidades de trabalhar os nomes das cores.

Confesso: demorei um bocado a me render a esse livro, mas hoje trato de encomendar outro toda vez que as crianças esquecem a lagarta no quintal e ela acaba tomando chuva. (A lagarta, infelizmente, não é à prova d’água.)

Idade recomendada: a partir de 4 meses.

 

  1. Três ursos

Pense num livro que conquistou um menino de 2 anos a ponto de ele simplesmente não admitir outro por quatro meses consecutivos.

“Três ursos” conta a história de três amigos inseparáveis: o urso branco, o urso negro e o urso marrom. Tudo ia bem, quando uma tempestade destrói o barco do urso negro e, pior ainda, a casa do urso marrom. Ele termina ferido e vai se recuperar na casa do urso negro.

Acamado, ele começa a sentir ciúmes dos passeios diários do urso negro e do urso branco pela floresta, e começa a imaginar que foi esquecido pelos amigos.

Uma história lindamente ilustrada sobre o sentido da amizade e a tolice do ciúme.

Idade recomendada: a partir de 12 meses.

 

  1. Miss Rumphius

Sempre usei livros em inglês como parte da rotina de leitura, traduzindo-o na hora ou colando a tradução no próprio livro, com o auxílio da fita washi (tenho um post no Instagram sobre o uso dessa fita). E “Miss Rumphius” é, sem dúvida, um livro que merece todo o esforço de tradução para que se torne parte da biblioteca das crianças.

Barbara Cooney é uma das minhas ilustradoras favoritas e acabou se tornando também uma das favoritas das crianças.

Idade recomendada: a partir de 3 anos.

 

  1. A galinha ruiva

Uma história rimada é sempre bem-vinda. Quando se trata de uma história tradicional, com lindas ilustrações e um bordão que convida a participação das crianças (“Quem me ajuda, quem me ajuda…?”), temos a definição de um livro que, para ser perfeito, só faltava vir em capa dura.

Perdi a conta de quantas vezes lemos essa história. Ela agrada a todas as idades e, por ser rimada, até mesmo aos bebês. As ilustrações são graciosas e dão ampla oportunidade para que você pratique nomeação, descrição etc.

Idade recomendada: a partir de 3 anos (mas você pode ler para bebês, sem precisar chegar à última página).

 

  1. Goodnight, moon

Outro clássico da leitura para bebês. Publicado pela primeira vez em 1947, esse livro jamais deixou de ser editado.

As frases melódicas, quase uma canção de ninar, e a atmosfera noir do livro, que vai escurecendo à medida que a noite avança na história, são a combinação perfeita para um “livro de ninar”. É surpreendente a quantidade de detalhes que fazem de cada página um deleite para os mais observadores.

Lembrar-me do início da LVA para meus filhos é lembrar-me desse livro. Eu o lia em inglês, a princípio, por ser muito melódico e eu nunca ter conseguido chegar a uma tradução digna do original. Com o tempo, passei a lê-lo em português, sem manter as rimas. As crianças adoram observar as mudanças no quarto à medida que a noite avança. É o livro perfeito para antes de dormir.

Idade recomendada: a partir do 1o dia de vida.

 

  1. Um dia na vida do Nico Minhoca

(atualmente, só encontrado em inglês)

Nos Estados Unidos, Richard Scarry é sinônimo de “infância”.

O autor tem uma imensa obra publicada, tendo-se destacado principalmente como ilustrador — na verdade, como o criador de um universo inteiro de animais falantes, cidades ricas em detalhes, veículos inusitados e, principalmente, como o pai de “Lowly Worm” (em português, “Nico Minhoca”), a minhoca mais amada do mundo.

Não adianta chorar: o livro está esgotado, sem previsão de retorno. Eu não poderia deixar de mencioná-lo, porque foi um marco na leitura em voz alta em nossa casa (e na casa de muitas famílias que conseguiram adquiri-lo quando ainda estava disponível). Procure adquirir a edição em inglês e traduzi-la usando o Google Tradutor. O texto é bem simples e toda a graça está nas ilustrações.

Idade recomendada: a partir de 18 meses.

 

  1. Pé de Pilão

O livro é uma extensa história rimada sobre um menino que, por artes de uma bruxa má, se transforma em pato e sai pelo mundo na companhia de um macaco retratista e um pássaro com guizos em cada peninha.

Essa é uma das melhores histórias rimadas que você vai encontrar em língua portuguesa. O texto tem ritmo e rima, cenas vívidas e divertidas, além de oferecer muitas oportunidades para uma leitura expressiva. 

As ilustrações da edição mais recente são o ponto fraco dessa obra. Procure pela edição mais antiga, ilustrada pelo Cárcamo.

Idade recomendada: a partir de 2 anos (não precisa ler o livro inteiro de uma vez só, por ser um tanto extenso)

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